Lesão Ligamento Cruzado Anterior

2 julho, 2024

O ligamento cruzado anterior é uma  banda fibrosa no centro do joelho, auxilia na estabilização do fêmur na tíbia, principalmente em movimentos de rotação do joelho e em movimentos em que são realizados movimentos bruscos de mudança de direção, como em um drible no futebol. 



Na grande maioria dos casos, a lesão do ligamento cruzado anterior é tratada cirurgicamente. Porém, algumas situações específicas podem ser tratadas de maneira conservadora ( sem cirurgia).

Na cirurgia o ligamento cruzado anterior rompido é substituído por um enxerto de tendão que funcionará como um novo ligamento.


  A cirurgia baseia-se na substituição do ligamento rompido por um tecido que formará um novo ligamento (denominado enxerto). Os principais enxertos utilizados são tendões que sabidamente podem ser removidos sem causar sequelas ou danos, são eles: 

1.- Tendão patelar, correspondendo a porção central do ligamento patelar


2- Tendões isquiotibiais (grácil e semitendíneo) - tendões localizados na porção posterior da coxa


3- Tendão do Quadríceps: o tendão quadriceptal é um tendão não tão utilizado quanto os tendões patelar e isquoitibiais, mas tem boas indicações e demonstra bons resultados. É mais utilizado em cirurgias de revisão de reconstrução do LCA ( quando paciente rompe o tendão mais de uma vez ). 


esse tendões são usualmente retirados do paciente no mesmo lado a ser operado, em casos especiais podem ser retirados do lado contralateral, contrario ao lado lesionado. 

Na prática diária os enxertos dos isquiotibiais são mais utilizados na reconstrução do ligamento cruzado anterior , porém a decisão é tomada individualmente para cada paciente. Como benefícios a cirurgia com o uso de tendões isquiotibiais demanda cicatrizes menores e causa menos dor no pós operatório


Após a torção do joelho são sinais de lesão do LCA são o Edema (inchaço) no joelho, dificultando a realização de movimentos como a flexão e a extensão da perna, a sensação de falseio no joelho, principalmente nos movimentos de mudança de direção e episódios frequentes de aumento do volume do joelho conhecido como derrame articular.

O tratamento Conservador ( sem cirurgia) se baseia em um protocolo rigoroso de fisioterapia, com reavaliações constantes, na falha do tratamento conservador é optado pelo tratamento cirúrgico.

Tratamento Cirúrgico: A cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior é realizada com auxílio de câmera de vídeo (denominada artroscopia) sendo realizada por pequenas incisões.
Na cirurgia, uma incisão maior é realizada para retirada dos enxertos seja no centro do joelho para retirada do enxerto e  duas pequenas incisões para utilização das câmeras e dos equipamentos de vídeoartroscopia. Uma outra pequena incisão pode ser necessária para fixação do novo ligamento junto ao fêmur (osso da coxa).


Pode ocorrer após o procedimento cirúrgico uma discreta perda de sensibilidade da pele ao redor da incisão por onde foi retirado o enxerto dos isquiotibiais, pois em algumas pessoas um ramo de um nervo sensitivo da pele passa por essa região, porém esse tipo de situação muito raramente gera algum desconforto ou transtorno ao paciente.

Após o procedimento cirúrgico o paciente é submetido a um protocolo rigoroso de fisioterapia para que retorne as suas atividades normais o mais rápido possível, em atividade que demandem mudança de direção brusca e contato físico como no futebol, o tempo médio de recuperação até o retorno a atividade é de 9 meses.



 

INFILTRAÇÃO JOELHO - VISCOSSUPLEMENTAÇÃO

22 março, 2024

O Ácido Hialurônico é produzido normalmente por nossas células, ele é um biopolímero formado pelo ácido glucurônico e a N-acetilglicosamina. De textura viscosa, presente no líquido sinovial (liquido dentro das articulações como a do joelho) e no nosso tecido conjuntivo colágeno, sendo um importante componente na constituição da articulação. 


Em doenças cartilaginosas como na Artrose ( desgaste das articulações) o líquido sinovial  se torna menos consistente, o que afeta uma de suas funções, que é a de absorção de impacto e lubrificação da articulação, devido ao desgaste gerado pela perda da cartilagem do joelho o espaço entre os ossos se torna menor, gerando sintomas, principalmente a dor .


A Viscossuplementação é um procedimento onde injetamos ácido hialurônico na articulação visando suplementar esse liquido sinovial mais fino, o ácido hialurônico é uma substância gelatinosa e tem como principal função absorver impactos e lubrificar a articulação do joelho, protegendo assim as lesões de cartilagem ou no caso de artrose instalada, diminuir a chance de novas lesões e melhorar a função articular. 


A injeção de Ácido Hialurônico na articulação estimula a produção endógena ( do próprio corpo) de ácido hialurônico, melhorando ainda mais a viscosidade do liquido sinovial. Reduz a ativação de células inflamatórias que desencadeiam a cascata inflamatória que provoca a destruição articular na artrose, promove um estimulo a produção de cartilagem e colágeno tipo 2 e tem ação direta nos receptores de dor articular, promovendo uma melhora prolongada da dor.                    Existem muitos produtos atualmente no mercado e são divididos pelo tipo de matéria prima usada para a sua produção. 

Origem não aviária: fermentados por bactérias (Streptococcus zooepidemicus) através da biofermentação. Menor potencial alergogênico

Origem aviária: a partir de matéria-prima animal (crista de galo). Apresenta potencial alergênico devido aos antígenos aviários. Produtos de origem aviária do mercado nacional.                                                                                           

A viscossuplementação está indicada para pacientes com dor persistente, sem melhora após um protocolo de reabilitação com fisioterapia, mudança de atividades, perda de peso, injeções de corticoide ( triancinolona), uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Pacientes com outros problemas de saúde como insuficiência renal, doenças do trato gastrointestinal ( gastrites, ulceras) que não podem fazer uso de anti-inflamatórios, assim como, pacientes para os quais a cirurgia não é uma opção ou para aqueles que gostariam de postergar a cirurgia, a viscossuplementação é uma ótima opção. 

Pacientes com condromalácia patelar, que apresentam dor intensa, não conseguem realizar de forma adequada o protocolo de reabilitação com exercicíos de fortalecimento muscular, com a injeção intra-articular do ácido hialurônico ocorre uma melhora significativa nos sintomas devido o aumento da lubrificação articular, ocorre uma melhora na absorção de impacto, e consequentemente melhora na dor.

Com isso, o paciente consegue realizar uma reabilitação adequada, melhorando a função articular e os sintomas da doença.


A viscossuplementação não é indicada para mulheres grávidas ou que estejam amamentando, também não está indicado para pacientes alérgicos a produtos de origem aviária.

O procedimento é realizado no consultório sob condições rígidas de assepsia e antissepsia, é um procedimento rápido e dependendo do produto utilizado deve-se repetir uma vez por semana durante 3 a 5 semanas ou, em aplicações únicas.

Após a aplicação do produto o paciente pode voltar as suas atividades normais imediatamente, mas deve evitar atividades prolongadas, ou que exijam suporte de peso  durante os dois primeiros dias após a aplicação. É recomendado a aplicação de compressa de gelo no joelho com duração de 20 minutos e fazer uso de analgésico em caso de algum desconforto. 

Em 3 a 5% dos pacientes pode ocorrer algum efeito colateral como inchaço, dor, calor, vermelhidão do joelho, porém são reações leves e auto-limitadas que desaparecem rapidamente. Os produtos de origem aviária tem um potencial maior de provocar esse tipo de reação. Se necessário, pode-se realizar uma punção articular para analise laboratorial do liquido sinovial, diferenciando a sinovite ( provocada pela reação da articulação ao produto) de uma infecção.

A infecção após o procedimento ocorre em 1 a cada 10.000 aplicações e está relacionada diretamente com os cuidados de assepsia e antissepsia realizados antes da aplicação. São sinais de infecção articular: inchaço volumoso, dor intensa, febre, calor, rubor e bloqueio articular ( paciente não consegue dobrar ou esticar o joelho), sendo sempre necessário a avaliação médica de urgência.

Quando bem indicado, a melhora dos sintomas já é sentida após a primeira aplicação, porém na maioria dos pacientes as melhorias são graduais, sendo percebidas após a segunda ou terceira aplicação.  Os resultados geralmente duram de 6 meses a 1 ano e o tratamento pode ser repetido a cada 6 meses sempre que necessário.


A viscossuplementação é uma ferramenta que ajuda muito no tratamento da doença cartilaginosa, auxilia na melhora da dor, consequentemente na reabilitação, na função e na qualidade de vida do paciente ,podendo postergar uma cirurgia. Porém, alguns casos avançados de artrose, com desvio importante no eixo mecânico do membro (pernas tortas), instabilidade, dor intratável, só serão resolvidos com o tratamento cirúrgico, sendo os mais indicados a osteotomia ou a artroplastia total de joelho em casos mais severos.

 

ARTROSE DO JOELHO

22 março, 2024


A Osteoartrose de joelho é uma doença degenerativa da articulação, ela se apresenta com queixas constantes de dor difusa no joelho, inchaço , diminuição da mobilidade articular e muitas vezes instabilidade da articulação.

Os Critérios diagnósticos incluem características radiológicas como o estreitamento (diminuição) do espaço intra-articular e alterações ósseas importantes.

como mostrado na imagem a seguir:


RX mostrando a diminuição do espaço intra-articular e o surgimento de osteófitos características da osteoartrose

O Joelho é a maior articulação do corpo e rotineiramente está sujeito a forças que são de 3 a 5 vezes maiores que o peso corporal durante a caminhada normal. O desgaste articular tem inicio pelo processo de estresse mecânico, podendo ser consequência de uma lesão dos meniscos e dos ligamentos ( cruzado anterior, cruzado posterior e colaterais) antigas ou negligenciadas,  lesões de cartilagem ( condromalacia) sem tratamento adequado e a Obesidade. 

A Artrose do joelho pode também estar relacionada a traumas, defeitos congênitos, artrites inflamatórias , doença neuropática ou metabólica.

O envelhecimento e o sexo feminino são fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

-envelhecimento: perda da cartilagem que pode ser de 2% ao ano, diminuição da força muscular, diminuição do tempo de reação ( reflexo), afetam a estabilidade articular, juntamente com a diminuição da capacidade celular de reparação, aumentam o risco de desenvolvimento da doença.

-mulheres: O estrogênio é um fator importante de proteção contra o envelhecimento da articulação, com a menopausa essa proteção se perde, provocando um aumento na perda da cartilagem, consequentemente aumentando a lesão articular. Além disso, as mulheres tem uma maior expectativa de vida comparada aos homens, tem maior acumulo de gordura, sendo mais propensa a obesidade, menor massa muscular, maior frouxidão ligamentar o que diminui a estabilidade articular.

Estudos mostram que a obesidade associada a fatores de risco cardiovascular ( diabetes + hipertensão + dislipidemia) aumentam a chance de desenvolvimento da artrose do joelho, além disso, pacientes com essas comorbidades sentem mais dor, evidenciando que fatores metabólicos influenciam a saúde das articulações. A obesidade infantil é outro fator que preocupa, pois também está associada a um maior risco no desenvolvimento da doença ao longo da vida. 

A artrose pode ter uma contribuição genética, alguns estudos mostram que existe um risco aumentado de 70% em pessoas com casos de osteoartrose na família.

TRATAMENTO:

Por se tratar de uma doença multifatorial, existem varias formas de controle e tratamento da doença


Exercícios Aeróbicos, Exercícios Aquáticos, perda de peso em obesos ou com sobrepeso auxiliam muito  na melhora da dor, visto que a perda de 450g de peso corporal corresponde a uma diminuição de 3 a 4 kg de carga na articulação dos joelhos.

Palmilhas podem ser prescritas na tentativa de melhorar a angulação articular, principalmente em deformidades do joelho em valgo ( perna para fora), e varo ( perna para dentro), consequentemente melhorando a dor. A terapia manual, a inclusão de agentes térmicos como calor ou frio, acupuntura são ótimas estratégias de tratamento.

Podem ser indicadas as infiltrações intra articulares, são utilizadas para isso  medicamentos esteróides como a Triancinolona ou a Injeção de Ácido Hialurônico.

Medicações orais também podem fazer parte do tratamento conservador da artrose do joelho, algumas como a condroítina, Glicosamina, UCII, são prescritos com frequência, são compostos que não mostram melhora no controle da progressão da doença, porém, auxiliam na melhora da dor. Os antiinflamatórios não esteroidais (diclofenaco)  e analgésicos (paracetamol) também podem ser prescritos de acordo com a queixa de cada paciente.

TRATAMENTO CIRÚRGICO:

Quando ocorre a falha do tratamento conservador, lançamos mão do tratamento cirúrgico, sempre visando a melhora da qualidade de vida do paciente.

em pacientes jovens, ativos até 60 anos, são realizados procedimentos como as osteotomias ósseas, podendo ser realizadas tanto na tíbia ( perna) ou no Fêmur (coxa), dependendo da "qualidade ossea", idade, biotipo e  deformidade angular do joelho do paciente.


Osteotomia Valgizante da tíbia 


Outro procedimento possível de ser realizado nesses casos é a artroplastia unicompartimental do joelho, onde apenas um compartimento do joelho é substituído, porém a indicação desse procedimento é mais estreita e deve ser feita com muito cuidado pois depende de outros fatores.


 Prótese unicompartimental de Joelho


Quando a Osteoartrose já está em estágio avançado, com comprometimento importante na função da articulação do joelho, quando a dor e os sintomas se tornam de difícil controle, é indicada a artroplastia total do joelho, uma cirurgia complexa, mas quando bem indicada e bem realizada melhora significativamente a qualidade de vida do paciente.


Prótese Total de Joelho


A artrose dos joelhos é comum em decorrência do envelhecimento, os fatores de risco são diversos, antigamente a expectativa de vida era de 45- 50 anos, hoje vivemos até 80- 90 anos, o corpo não se adapta bem a esse envelhecimento.

Independente da causa a artrose deve ser tratada  individualmente, visando sempre a melhora da qualidade de vida do paciente.



 

LESÃO DE MENISCO

22 março, 2024


Os meniscos são estruturas localizadas no centro do joelho, entre o fêmur e a tíbia, funcionando principalmente como "amortecedores de impacto", frequentemente eles podem ser lesionados em quedas, traumas ou atividades esportivas.

O tratamento dessas lesões ocorre de acordo com os sintomas, idade, perfil de atividade física e o tipo de lesão apresentada. 


O tratamento para lesão meniscal pode ser cirúrgico ou não cirúrgico (conservador), O não cirúrgico se baseia em controle da dor e fisioterapia, promovendo reabilitação a esse paciente lesionado, visando a adaptação desse joelho e uma possível cicatrização da lesão do menisco.

Outro tipo de tratamento é o cirúrgico, onde podem ser empregadas as técnicas de meniscectomia ou sutura meniscal, ambas por via artroscópica (minimamente invasivas).  



 Meniscectomia: consiste na retirada da parte machucada do menisco, podendo o paciente retornar as suas atividades do dia a dia mais rapidamente. É uma técnica utilizada para meniscos já degenerados (gastos), que não podem ser suturados ( costurados) adequadamente, tentando sempre preservar a maior parte do menisco sadio.

Sutura de Menisco: consiste na sutura (costura) da lesão meniscal, visando a cicatrização, manutenção da anatomia e função articular do joelho, sendo o tempo de recuperação maior que o da meniscectomia. O tipo de sutura a ser realizado é decidido no pré operatório e depende sempre do padrão de lesão meniscal.



Hoje é preconizado sempre que possível realizar a sutura meniscal, pois é sabido que pacientes submetidos a meniscectomia parcial ou total tem uma maior tendência de desenvolver artrose (desgaste) da articulação do joelho futuramente. 




 

LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR (LCP)

17 julho, 2021

O Ligamento Cruzado Posterior é o Pivô central do Joelho, e tem como funçao impedir a posteriorização da tibia quando o joelho esta flexionado em 90º e tambem restringe a rotação externa da perna, istó é, impede que a perna gire muito para fora.


A Lesão do LCP corresponde de 3,4 a 23% das lesões do Joelho, tendo como principais mecanismos:

- Trauma direto na Tibia proximal com o joelho fletido a 90º ( trauma no painel do carro)

- Queda sobre o joelho hiperflexionado

- Hiperextensão com ou sem força em varo e valgo associada 

O diagnóstico da Lesão é suspeitado mediante a história clinica do paciente, mecanismo de trauma e exame fisico.

O Exame da gaveta Posterior é o mais específico para esse tipo de lesão e nele o Cirurgião do Joelho consegue classificar o grau da lesão em tipo 1, 2 ou 3.


São comuns as lesões associadas do menisco lateral quando caso agudo, e menisco medial ja em casos com mais tempo de evolução (crônico) , lesões da articulação patelo femoral e lesões do canto postero lateral, são frequentes associações

Na suspeita da Lesão do LCP são solicitados exames de imagem como o RX e RNM


O tratamento pode ser Conservador ou Cirurgico, e essa decisão é tomada com base em alguns critérios: Idade do paciente, nível de atividade física, grau da lesão, tempo de lesão e se há sintomatologia.

-Grau 1 e 2: pode ser tentado o tratamento conservador, iniciado com a prescrição de imobilizador para o joelho com almofada posterior para perna (evitando a posteriorização da tibia),  seguido por exercícios de fortalecimento do quadríceps, iniciando com exercícios isométricos como elevação do membro em extensão. Após diminuição dos sintomas da fase aguda como dor e edema, os exercicios de cadeia cinética aberta são mais indicados.

e devem ser realizados com amplitude de movimento reduzida ( 0 - 75º) para que evite a translação posterior da tibia. 

Assim que evolui para uma melhora da função da articulação do joelho, os exercicios de cadeia cinética fechada são prescritos, sempre com cautela e se baseando na evolução clinica do paciente


- Grau 3 : é a forma mais grave da lesão, frequentemente acompanhada de outras lesões associadas,, paciente frequentemente relata a instabilidade articular e dor, e nesse caso a melhor conduta é o procedimento cirurgico.

O procedimento cirurgico de reconstrução ligamentar pode ser realizado com videoartroscopia ou inlay ( onde é realizado uma incisão maior na regiao posterior do joelho).

Pós Operatório: Necessario utilização de imobilizador com almofada posterior, retirada da carga imediata, sendo permitida 25% de carga por semana , após a 7º semana,

Exercicios de Cadeia cinética fechada com 6 semanas, iniciando fortalecimento dos flexores após 4 meses para evitar estresse no enxerto,

Retorno esportivo geralmente após 9 a 12 meses.

A estabilização articular após a reconstrução ligamentar precoce, diminui o risco de lesões na cartilagem articular, lesões meniscais e patelofemorais, recuperando estabilidade e função da articulação do joelho 


 

SÍNDROME DO TRATO ILIOTIBIAL ( Joelho do Corredor)

2 dezembro, 2020


A síndrome do Trato Iliotibial é popularmente conhecida como Síndrome do Corredor, ela ocorre devido a fricção da banda iliotibial no epicôndilo lateral (região lateral do fêmur mais próxima ao joelho), sendo uma das lesões mais comuns em atletas como corredores e ciclistas. 






O Trato iliotibial tem se localiza na face lateral da coxa, tem origem na região do lateral do quadril e se insere na face lateral da tíbia (perna). O TIT é uma fascía (uma faixa) constituída de por tecido conjuntivo que é formada pela continuação do músculo tensor da facia lata (na coxa) e algumas fibras do músculo Glúteo Máximo.




Atletas corredores e ciclistas realizam repetidamente o movimento de extensão e flexão do joelho, esse movimento cíclico, sem um repouso adequado pós treino, provoca uma inflamação nas fibras que formam o TIT.

Durante a Flexão do joelho, o trato iliotibial passa pelo epicôndilo lateral do fêmur, causando fricção nessa região, com o movimento repetitivo essa fricção pode gerar uma inflamação local provocando a dor lateral no Joelho.



Outras Causas:


Intrínsecas (relacionadas ao atleta): Alterações ósseas, pouca flexibilidade muscular, excesso de tensão no trato iliotibial gerada pelos músculos do quadril, fraqueza de glúteo médio (músculo responsável por manter a pelve alinhada), encurtamento do TIT, valgo dinâmico do joelho (quando não há sincronismo entre o movimento do quadril e do joelho).



Diferença no comprimento das pernas, joelho varo (joelho para dentro e pernas para fora), pisada supinada (diagnosticada através do exame de baro-podometria) também são causas que predispõem a doença, principalmente em corredores.


Extrínsecos (relacionados ao ambiente): Estradas, terrenos inclinados, provocam um desalinhamento da pelve causando maior sobrecarga e fricção do TIT no epicôndilo lateral.

Correr em ladeiras (principalmente em descidas), diminui o movimento de flexão do joelho pela batida do pé, isso provoca estresse na região lateral do joelho e predispõe a lesões.




Já no ciclismo, a postura inadequada na bike é a maior causa de dor lateral do joelho, a posição em “to in” (jogando os joelhos para dentro) aumenta o ângulo do tratoilitibial ao cruzar o joelho, aumentando o risco de lesão.




Atividades como levantamento de peso, agachamento, crossfit, que trabalham com uma flexão de joelho excessiva, também podem provocar sintomas.




O diagnóstico é clínico e envolve a avaliação da dor, das estruturas do joelho, pelve, tornozelo e pé, além de uma avaliação global com o objetivo de localizar alterações que podem influenciar na causa da síndrome.

A ressonância magnética é o exame de imagem que auxilia no diagnóstico da síndrome.



O tratamento é conservador com a aplicação de gelo no local na dor, repouso e uso de analgésicos, modificação do treino, modificação do calçado, anti-inflamatórios e fisioterapia. O tempo médio para melhora dos sintomas e retorno as atividades é de 8 semanas.

O tratamento fisioterápico é eficaz no controle da inflamação e da dor, é necessário que se realize o alongamento do trato iliotibial para reduzir a fricção local e tratar as alterações corporais associadas que podem gerar a síndrome, o fortalecimento muscular (tensor da fascia lata e glúteos), são muito importantes para controlar os sintomas e evitar a progressão e a cronificação da síndrome.




Na falha do tratamento conservador é possível lançar mão de técnicas cirúrgicas como:

- Alongamento da porção posterior da banda iliotibial em forma de z ( zetaplastia)

- Remoção do Epicôndilo femoral lateral

- Remoção da Bursa profunda (bursectomia)


O procedimento cirúrgico está indicado sempre na falha do tratamento conservador em atletas profissionais com lesão sem melhora após 1 a 3 meses de tratamento e em atletas amadores sintomáticos após 6 a 8 meses de tratamento conservador sem melhora.




A ultima fase do tratamento envolve treinar as atividades  diárias com exercícios que exigem maior amplitude de joelho e maior tensão no TIT, preparando o corpo para as atividades normais. Após o tratamento, a pratica de atividade física, sob supervisão de um profissional de educação física e o acompanhamento médico adequado são importantes para manter as funções corporais e a postura correta, evitando a recidiva dos sintomas.




 

LESÃO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL (LCM)

23 setembro, 2020


As Lesões do ligamento Colateral Medial ( LCM) do joelho são lesões muito comuns e estão na maioria das vezes relacionadas a esportes de contato como o futebol, basquete e artes marciais ( judô, jiu-jitsu, mma), entre todas as lesões ligamentares no joelho a lesão do LCM é a mais comum.


O ligamento colateral medial se localiza na parte superficial medial (interna) do joelho, fazendo a ligação entre o Fêmur (osso da coxa) e a Tíbia (osso da perna).

Se origina proximal ao epicôndilo medial do Fêmur e se insere na face proximal medial (interna) da tíbia ( 4 cm da linha articular), sendo dividido em três porções: superficial, profunda e obliqua.

O LCM tem  como função estabilizar a articulação, restringindo a abertura em valgo do joelho (impede que a perna se mova lateralmente) e a rotação interna da tíbia.

Em pacientes com lesão de LCA, o ligamento colateral medial também age como um restritor secundário na translação anterior da tíbia (impede que a tíbia se mova para frente).


De acordo com a Literatura, de todas lesões em atletas, 7,9% são lesões do LCM, cerca de 80% das lesões completas do LCM estão associadas a outras lesões: A lesão do Ligamento Cruzado anterior (LCA) ocorre em aproximadamente 20% dos casos de lesões do LCM grau 1 e em até 78% dos casos de lesão Grau 3.

A lesão do menisco medial ocorre em 5 a 25% dos casos, de acordo com a gravidade da lesão do ligamento colateral medial, O Ligamento cruzado Posterior também pode ser lesado mas em uma menor incidência. 


As lesões nesse ligamento são resultantes de uma força externa na lateral do joelho ou torção do corpo com o pé fixo ao solo. Os principais mecanismos são:

Trauma: direto na lateral do joelho causando uma abertura medial e um tensionamento excessivo do ligamento medial (abertura da articulação na parte interna).

Entorse do joelho: o pé fixo fica preso ao solo e o corpo gira para fora em relação a posição do joelho provocando a lesão. 

A Lesão também ocorre em pessoas que realizam muitos exercícios com salto e tem uma presença constante de valgo ( joelho para dentro, perna para fora) , o mesmo pode ocorrer com praticantes de esportes cíclicos , como a corrida..



Os sintomas são dor na região medial do joelho ao apoiar o pé no chão, incapacidade de flexionar o joelho, edema (inchaço) na região, hematoma, atrofia muscular da coxa devido a inibiçao artrogênica ( um derrame articular de 60ml provoca inibição do reflexo da musculatura do quadriceps) e instabilidade articular caso seja uma ruptura total desse ligamento.

Com base na história clínica do paciente e no mecanismo de trauma, o Diagnóstico é realizado por meio do exame físico onde o Ortopedista fará alguns testes ligamentares como o do estresse em valgo do joelho, avaliando a abertura da face medial (interna) da articulação do joelho sempre comparando com o joelho contralateral.


O exame físico é sempre complementado com exames de imagem como radiografia e ressonância magnética, que mostra o grau de lesão e confirma o diagnóstico.



O Tratamento da lesão do LCM pode ser realizado de maneira conservadora ( sem cirurgia), e cirúrgica, sendo determinado pelo grau da lesão, nível de atividade física do paciente, grau de instabilidade da articulação e lesões associadas. 

-GRAU 1: É o tipo mais comum de lesão. Ocorre apenas um estiramento do ligamento, sem ruptura de fibras estruturais, na maioria das vezes é provocado por um entorse do joelho. É uma lesão incompleta de recuperação rápida ( 2 a 4 semanas).

-GRAU 2: Ocorre uma ruptura parcial do ligamento, rompendo algumas fibras estruturais, o que pode gerar algum grau de instabilidade da articulação. Geralmente esse tipo de lesão cicatriza  em 4 a 8 semanas, não havendo necessidade de cirurgia.

-GRAU 3: Ocorre uma ruptura total do LCM, o que provoca dor intensa, limitação na amplitude de movimento da articulação e instabilidade na face medial (interna) do joelho. A lesão de grau 3 causa grande comprometimento articular, gerando incapacidade para realização de atividade física e atividades do dia a dia. Existem casos em que não há necessidade de cirurgia, são incomuns , mas podem ser tratados com imobilização, fisioterapia e fortalecimento muscular. Em caso de falha no tratamento conservador é optado pelo tratamento cirúrgico. o tempo de recuperação varia de 8 a 12 semanas


O tratamento dessa lesão é conservador em sua maioria, pois o LCM é um ligamento com grande potencial de cicatrização, o tratamento cirurgico só sera realizado caso haja uma ruptura total associada a outra lesão ligamentar ou meniscal.

No tratamento conservador a fisioterapia é fundamental para a atenuação dos sintomas e reabilitação. A dor pode ser aliviada com aplicação de gelo no local até 72 horas após a lesão, antiinflamatório oral, analgésicos, imobilização articular e repouso para que se evite o agravamento da lesão.

Bandagens elásticas podem ser usadas para aumentar a estabilidade articular, exercícios específicos para fortalecimento muscular podem ser realizados para restaurar a função articular.


Independente da gravidade do quadro clinico, quando a lesão do ligamento colateral medial não é diagnosticada e tratada, os sintomas  podem persistir por muito tempo, gerando outras lesões, e uma incapacitação plena ao esporte e as atividades diárias.







 

LESÕES NO CICLISMO

26 agosto, 2020

A pratica do ciclismo vem ganhando muitos adeptos atualmente, com o distanciamento social exigido devido a pandemia do novo coronavirus, praticantes de esportes coletivos, passaram a enxergar no ciclismo uma maneira de se exercitar sem desrespeitar as recomendações das agências de saúde.

O ciclismo é uma atividade cíclica, Aeróbica, que promove um estimulo cardiovascular importante, gerando um aumento na resistência física, assim como , ganho de força muscular nas pernas e queima de gordura corporal.

Porém, como em qualquer atividade física cíclica, se não houver orientação adequada, não utilizar proteção adequada ,mesmo sendo uma atividade que não gere impacto articular, pode causar lesões.

A dor Lombar, é a queixa mais frequente dos praticantes de ciclismo, é muito comum o iniciante na prática do esporte não comprar a bicicleta adequada para a atividade que deseja, seja  no ciclismo de pista ou mountain bike,  essa falta de ajuste entre o ciclista e a bike acabam por sobrecarregar estruturas como ligamentos e os discos intervertebrais da coluna, provocando dor. Alguns estudos mostram que durante o pedal, a pressão nos discos intervertebrais chega a ser de 3x o peso corporal do atleta, predispondo a lesões como hérnias de disco , sobrecarga da musculatura inferior das costas e do músculo piriforme, que quando inflamado pode gerar dor no quadril ou até dor no trajeto do nervo ciático devido a sua localização junto ao músculo piriforme, gerando dor e parestesia (dormência) nas pernas.

Dor na Coluna Cervical, muitas vezes é causada por má postura, durante o pedal é recomendado que  a maior parte do peso corporal fique apoiado na traseira da bike (60%), diminuindo assim a pressão na coluna cervical e nos membros superiores.

                                                              

A Dor no Joelho é causada geralmente pelo movimento cíclico do pedal, muitas vezes o ciclista deixa o selim muito baixo, o que leva a um aumento de pressão na articulação  patelo femoral, provocando uma dor na região anterior do joelho, consequentemente uma sobrecarga na cartilagem da patela. Além disso, o ajuste inadequado do ciclista na bike pode sobrecarregar os músculos posteriores da coxa provocando dor e contratura muscular, que podem incapacitar o atleta por dias, até semanas dependendo da extensão da lesão muscular.

                                                           

Outro ponto importante a ser observado na hora de pedalar é a posição dos joelhos, alguns ciclistas sem a orientação adequada ou ajuste adequado, pedalam com o joelho para fora ou com o joelho para dentro, podendo causar lesões nos meniscos e ligamentos , muitas  vezes acompanhados  de uma dor na região mais lateral do joelho

                                                                                    

Dor nas Mãos, o contato contínuo, prolongado das mãos com o guidão da bike, pode aumentar a pressão dentro do túnel do carpo e do canal de guyon, gerando síndromes compressivas dos respectivos nervos que estão presentes nesses túneis, são conhecidas como síndrome do túnel do carpo e síndrome do canal de guyon, ambas geram dor e parestesia ( formigamento) em regiões especificas da mão de acordo com o nervo acometido.

                                                              

É importante que o paciente que decida iniciar a prática desse tipo de atividade tenha em mente que assim como qualquer outro esporte, o ciclismo necessita de adaptação, e condicionamento físico para que diminuam as chances de lesões, alguns cuidados como O BIKE FIT são essenciais para a prevenção dessas lesões, ele consiste em adaptar a bicicleta ao ciclista, ajustando altura ideal do quadro, guidão, selim, tipo de pedaleira, tipo de sapatilha para que haja um ajuste melhor da coluna, ombros,mãos e joelhos.

                                                              

O fortalecimento do core é outro fator muito importante para os ciclistas, o Core é um grupamento de músculos que estabilizam bacia, pelve e abdome,que se não forem fortes o suficiente podem gerar uma sobrecarga excessiva na coluna  lombar.

                                                                     

Todo esse ajuste fino com auxilio do BIKE FIT previne lesões a curto, médio e longo prazo, tornando a prática da atividade mais saudável, sempre com aumento da performance.

Não podemos deixar de falar sobre as quedas, elas podem ser leves, causando apenas escoriações ou  graves, causando fraturas, principalmente nos membros superiores, punho e clavícula (são as mais comuns), por isso, é de extrema importância o uso dos equipamentos de proteção como capacete, óculos e luvas.

                                                                      

Reconheça seus Limites, comece sempre devagar e em caso de Dor procure um Ortopedista.

 

FRATURA POR ESTRESSE

25 julho, 2020


Fraturas por estresse ou por fadiga são microfraturas provocadas pela repetição de forças que isoladamente, não seriam capazes de ocasionar uma fratura aguda.

É muito comum nos membros inferiores, que, por suportarem o peso do corpo, são mais suscetíveis ao impacto provocado pela maioria dos esportes e atividades do dia a dia. 

São Lesões mais prevalentes em corredores, atletas de alta performance, militares e dançarinos.

Com menor frequência, os membros superiores podem ser locais de fratura por estresse, sendo mais comum em praticantes de esportes como basebol e ginastica olímpica.


Na maioria dos casos o paciente se submete a uma rotina de treino intensa, sem o descanso adequado para que osso consiga se regenerar, gerando sobrecarga, colapso ósseo, consequentemente a fratura.

A patologia também pode acometer pessoas sedentárias que decidem iniciar a prática de atividade física em frequência e intensidade acima do que sua condição física permite naquele momento.

Outra causa frequente de fratura por estresse é o uso de salto alto, o uso do salto alto por um período prolongado de tempo pode provocar sobrecarga nos ossos do pé, condição que aumenta muito a chande de ocorrer uma fratura.


Não há diferença significativa de ocorrência comparando-se homens com mulheres.

   


Muitos estudos equivocadamente consideram apenas o sexo feminino um fator de risco primário para o surgimento da fratura por estresse. Na verdade, alterações hormonais, nutricionais, biomecânicas e anatômicas são os verdadeiros fatores que favorecem o surgimento da fratura por estresse no sexo feminino.

O paciente vem ao consultório se queixando de aumento da sensibilidade no local da lesão, dor e inchaço após aumento súbito ou repetitivo da atividade física sem intervalos suficientes de descanso para recuperação. Inicialmente a dor é reduzida e aliviada com o repouso, muitas vezes isso permite que o paciente consiga retomar sua atividade física sem restrições, porém, sem o tratamento adequado o paciente pode evoluir com uma fratura completa do osso caso não respeite o tempo de reabilitação e consolidação óssea.

Os ossos mais acometidos por esse tipo de fratura são: Tíbia (perna), Metatarso (pé) e Fíbula (perna), já no membro superior a fratura do Úmero distal ( mais próximo ao cotovelo) é a mais frequente.


A existência de fraturas prévias, alterações no índice de massa corpórea nos últimos 12 meses, peso, altura, história menstrual e puberdade, avaliação nutricional são informações importantes para identificar possíveis fatores de risco intrínsecos para lesão durante o exame físico




-São Fatores de riscos para as fraturas por estresse:


Nutricionaisum aporte nutricional insuficiente com a alimentação prejudica a recuperação pós treino e aumenta o risco de fraturas por estresse. Isso é mais acentuado em esportes que exigem controle de peso rigoroso, corredores de rua, triatletas, cross fit. Além de atletas em busca de perda de peso.

Entre as mulheres, é importante reconhecer a tríade da mulher atleta, uma associação de distúrbios nutricionais, problemas no ciclo menstrual e osteoporose;

Fatores biomecânicosdesequilíbrios e encurtamentos musculares, além de falta de experiência com o esporte podem levar a uma má técnica e menor absorção de choque com a pisada, paciente com algum grau de deformidade angular dos membro inferiores também tem uma distribuição de carga anormal nos ossos, o que gera sobrecarga em uma parte do osso, ficando sujeitas as fraturas por estresse.

Calçados inadequados: sapatos sem amortecimento adequado e desgastados levam a maior sobrecarga articular e aumentam o risco de fraturas por estresse;

Etnia brancaEntre atletas que praticam  mesma atividade esportiva, no mesmo nível de competição, mesma experiência e mesma carga de treino, os atletas brancos têm risco maior de fraturas por estresse do que atletas de outras raças.



As fraturas por estresse são classificadas em dois grupos:


Fraturas de baixo riscosão aquelas que localizadas em áreas de compressão do osso, como no fêmur proximal (região mais próxima ao quadril), na tíbia (perna) sendo frequente na região central e posterior do osso, a fíbula, outro osso da perna também pode ser afetado em sua região mais proximal,  2o ao 4o metatarso (ossos do pé) , membros superiores e costelas;




Fraturas de alto risco: ocorrem em áreas de tensão do osso, ou seja, áreas que, ao invés de se fecharem e serem comprimidas, tendem a se abrir. Frequentes no fêmur proximal (região superior e lateral), diáfise da tíbia (face anterior), maléolo medial no tornozelo, ossos navicular e 5o metatarso nos pés.


                                                                          Novidades - Dr. Leandro Ejnisman | Médico Ortopedista e ...



Assim que constatada a lesão o paciente deve ser afastado das atividades de impacto, e que gerem sobrecarga no local acometido, os pacientes que insistem em manter as rotinas de treinos apesar da dor apresentam risco de desenvolver fraturas completas do osso afetado.

Um exemplo disso são os atletas profissionais que, durante uma competição esportiva, fraturam um osso a partir de um trauma relativamente leve. Provavelmente, eles já estavam com alguma fratura por estresse e, apesar da dor, continuavam treinando.




O tratamento específico depende do local e do nível de risco da fratura:

Fraturas de baixo risco são de tratamento não cirúrgico, com afastamento das atividades de impacto. Dependendo da intensidade da dor, pode-se utilizar muletas e imobilizadores por curto período, seguidos de exercícios sem impacto para fortalecimento, assim que a dor permitir;

Fraturas de alto risco exigem o uso de muletas e imobilizadores por período mais prolongado. A necessidade de cirurgia deve ser avaliada caso a caso.

 

Lesões na Academia

24 maio, 2020

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Lesões mais comuns na Musculação

 A musculação é um dos exercícios mais praticados ao longo da história, as pessoas sempre praticaram o esporte para aumentar a massa muscular, aumentar a força e a definição  muscular, sempre visando uma melhora de performance, assim como, uma boa forma física. . No entanto quando praticada sem instrução correta pode provocar  lesões.

Os Benefícios da musculação são muitos, acelera o metabolismo, reduz a resistência a insulina, o que auxilia em ganho de massa e emagrecimento, melhora o sistema imunológico - desde que o exercício seja acompanhado de descanso adequado e alimentação adequada-, tonifica a musculatura, consequentemente o ganho de força, previne - principalmente nas mulheres- a osteoporose. O fortalecimento da musculatura da coluna vertebral previne o surgimento de doenças degenerativas com protusões discais e hérnias de disco, fortalecendo quadríceps femoral previne e melhora as queixas de dor no joelho seja ela provocada por uma condromalacia patelar ou uma artropatia degenerativa, melhora de forma geral o equilibro muscular o que facilita e melhora a qualidade de vida do praticante da atividade, principalmente em indivíduos na 3º idade, promovendo maior segurança nas atividades do dia a dia e uma sensação maior de bem estar. 


LESÕES NOS JOELHO:

                                                                         

Diversos estudos biomecânicos mostram que um fator  que predispõe um atleta a apresentar uma lesão, é a angulação em que o joelho é submetido durante o treino. A falta de conhecimento sobre a biomecânica do movimento, a falta de orientação adequada durante o exercício e o excesso de carga empregado,  podem aumentar e muito o risco de lesão na articulação do joelho durante a atividade

Nos exercícios de cadeia cinética fechada ( exercícios que trabalham o joelho, tornozelo, quadril ao mesmo tempo) como o legg-press, por exemplo, quando praticado em uma angulação acima de 60º gera um aumento de pressão muito grande na articulação patelo-femoral, podendo gerar dor e lesão na cartilagem do joelho. 

Nos exercícios de cadeia cinética aberta ( exercícios que apenas o joelho trabalha durante a contração muscular) como a cadeira extensora, o aumento da pressão na articulação patelo femoral ocorre quando a musculatura extensora ( da coxa) faz força contra a gravidade com o joelho em 45º a 60º, o aumento de pressão na articulação do joelho pode gerar dor, estalido, podendo provocar  lesões na cartilagem. 

O fator mais importante na prevenção desse tipo de lesão é a boa execução do movimento, sendo sempre observado por um profissional qualificado


 LESÕES NA COLUNA LOMBAR:

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Alguns movimentos na prática da musculação provocam aumento da pressão intra-abdominal, isso, associado a excesso de carga, mal execução do movimento, principalmente,  de flexão e rotação da coluna lombar podem sobrecarregar suas articulações, e levar a um desgaste maior nos discos intervertebrais. Essas lesões podem gerar artrose da coluna lombar, protusões discais, hérnias discais, que quando tocam o saco dural na medula, geram dor de forte intensidade sendo muitas vezes incapacitante. Essas lesões são mais comuns em pacientes entre 35 a 45 anos.


 Lesões No Ombro;

O Ombro tem por função posicionar as mãos no espaço, não sendo biomecanicamente normal ser o membro superior elevado acima da cabeça. o movimento por si só pode gerar lesões degenerativas ao longo do tempo,  com o aumento súbito da carga e intensidade de exercícios como o supino, elevação lateral, desenvolvimento do ombro, remada alta,  quando associados a movimentos descoordenados podem levar à chamada síndrome do impacto do ombro, uma das maiores causas de dor e disfunção se tratando de ombro. De caráter crônico, tendo como principal sintoma a dor, que piora à noite e ao levantar o braço, além de crepitação local (estalos), fraqueza e dificuldade nas atividades da vida diária.

                                                                    Resultado de imagem para lesao supra escapular

É provocada pelo impacto do tendão supraespinhal na porção inferior do acrômio, ela é desencadeada, muitas vezes, por movimentos repetitivos do braço, assim como exercícios como elevação lateral, elevação frontal, que exigem uma flexão de 70 º a 120º do ombro. A pode estar associada também a outros fatores como anatomia do ombro, trauma, degeneração articular e muscular, sendo de suma importância procurar um ortopedista para melhor avaliação do caso.


 

LESÕES MUSCULARES:

                                              

O paciente relata uma história de dor súbita localizada de forte intensidade, pode ser acompanhada de perda imediata da força.

A intensidade dos  sintomas pode variar de acordo com a sua gravidade.

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A lesão muscular pode gerar um defeito ( depressão local ou “gap”) visível ou palpável. A presença de hematoma na região da lesão pode mostrar uma maior extensão e gravidade. Se solicitado ao paciente realizar força contra a resistência ele apresentará uma dor local de forte intensidade e uma impotência funcional, não conseguindo mover a articulação. 

Apesar de frequentes, a incidência de lesões musculares na musculação é menor do que as lesões em esportes como futebol e corrida, assim como, em outros esportes de contato como jiu-jitsu e mma. O tratamento das lesões musculares incluem a aplicação de gelo local, imobilização da articulação e fisioterapia, esta deve ser iniciada o mais rapidamente possível. Os critérios para o retorno ao esporte são: a recuperação total da amplitude de movimento, a ausência de dor e critérios de força muscular semelhantes aos valores pré lesão ou acima de 80% da força muscular comparada ao membro contralateral.

 

Condropatia Patelar

29 fevereiro, 2020

                              


Condropatia patelar é a lesão da cartilagem da patela. 

A condromalacia patelar é uma doença comum, caracterizada por um amolecimento na cartilagem da patela, esse amolecimento gera uma diminuição na capacidade da cartilagem em absorver os impactos diários na articulação, o que provoca lesões, a condropatia patelar pode ser dividida em 4 estágios: grau I, II, III e IV.

 pode estar relacionada a dor, inchaço e sensação de crepitação (estralo do joelho), dificuldade para agachar, descer escadas, e praticar atividade física, como a corrida por exemplo.

                                                                           

 Porém, isso pode não ocorrer em todos os pacientes,  muitas pessoas têm condromalacia patelar sem nenhuma dor, e muitas pessoas têm dor sem nenhuma condromalacia, pois outras patologias ou distúrbios da articulação patelo femoral podem ser a causa de uma dor anterior do joelho.

São diversas as causas da condromalacia patelar, entre elas a sobrecarga na articulação patelo femoral podem causar lesões na cartilagem, inicia-se com um amolecimento da cartilagem (grau I), depois com pequenas fissuras (grau II), podendo evoluir para grandes lesões e erosões (grau III) na cartilagem , chegando a acometer o osso subcondral ( grau iv).

Essa sobrecarga na articulação patelo femoral pode ser causada por um fortalecimento inadequado da musculatura dos membros inferiores ( quadriceps, gluteos, isquitibiais), fatores anatomicos como joelho valgo ( joelho para dentro), patela alta, tróclea rasa.

                                                            

O Aumento significativo da intensidade de atividades físicas em curto espaço de tempo, superando a capacidade de absorver a carga no joelho, assim como a Obesidade, são alguns dos fatores que podem gerar a condropatia patelar

O diagnóstico é realizado mediante a exame físico, complementado por um exames de imagem, sendo o principal a ressonância magnética, onde conseguimos observar o grau das lesões.

                                                                 

O tratamento da patologia consiste em reabilitação, onde devemos focar no fortalecimento muscular com auxilio da fisioterapia, alongamento, correções nos padrões inadequados de movimento do joelho, readequação das atividades que possam estar causando as lesões. O controle do peso corporal também é um fator importante no tratamento da condropatia patelar.

                                                           

Quando acompanhado de sintomas intensos, podem ser utilizados medicações orais como analgesicos e antiinflamatórios e em casos refratários, usar medicações injetáveis diretamente na articulação do joelho ( corticóides, acido hialurônico) .

O Tratamento cirúrgico para lesões na cartilagem da patela são exceção. Nos casos de falha do tratamento conservador, em lesões grandes, acompanhadas de sintomas mecânicos como travamento do joelho, e em casos de lesões associadas que também necessitem de cirurgia, como instabilidade patelar. 

                                                         

O tipo de cirurgia depende do tamanho e localização da lesão, sendo que entre as opções estão o debridamento da cartilagem via video artroscopia, ou técnicas mais complexas como a mosaicoplastia que é o transplante autólogo de cartilagem ( retira-se um pedaço de cartilagem do joelho do paciente para transplantar na área da lesão) e o uso de membranas para regeneração da cartilagem.